A Páscoa - A Ressurreição da alma
Estamos no prelúdio para a Páscoa, num estado de vigília, de espera esperançosa, se me permite a redundância. Isto porque o mistério da ressurreição é um mistério que está para além das forças aparentes, para além da carne. A ressurreição de Cristo significa a ressurreição da alma humana perante este mesmo mundo que outrora o açoitara, massacrara e difamara ao último. A glória do homem está no seu corpo, embora ele mesmo não seja a sua causa, mas o efeito. O visível manifesta o que é invisível, um corpo dilacerado como foi o de Cristo pareceu que mereceu a pior punição do mundo, quando na verdade não merecia nem sequer um xingamento contra si, o ódio do mundo e o peso do pecado, isto é, da morte na alma de cada homem, é que fez o sofrimento de sua alma se manifestar visível. Mas se mereceu, por nós, tamanho castigo, mereceu mais ainda receber a mais alta glória humana, sim humana, porque foi o Cristo humano quem morreu na Cruz, a divindade não morre, embora tenha se deixado padecer na carne de Cristo, carne humana em que estava a substância divina, não obstante não fosse a carne divina, porque Deus é Espírito. Uma vez ressuscitado, é a carne de Cristo divinizada ao ponto da divindade, já não sofre mais e tem todo o poder, o visível manifesta o que é invisível. Se antes a carne de Cristo manifestava, apesar da glória de sua divindade abscondida aos sentidos, o peso do pecado dos homens, a ponto de se desfigurar, conforme se lê em Isaías no Servo Sofredor, quão então não se vê na ressurreição, em que o pecado já não o afeta, a Divindade volta a ser o que era antes da encarnação, não passível de sofrer doutrem, sendo um corpo em glória? Cristo ressuscitou Homem e Deus inteiramente. Feliz Páscoa!
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